Desce poderosa a ameaça
de impedir as sem-razões
e oprimir o desconcerto
imprescindível. Cala o sonho
e uma voz, que impaciente se adivinha,
distorce a prisão. Não é verdade
que renuncies para sempre a tua ansiada
primavera. Não é possível que os anos
sacrifiquem esse instante imperecível
que voa. Não é razão essa quimera.
Não consinta o tempo dar-lhe o cetro
nem a espada. Espanta sua cor
e seu ditado. Torna mudos os sons
da terra cobiçando as raízes.
Azeda a semente e a aprisiona
com gélida petrificação. Roça o fogo
e já o apaga. Vem ver-te
e cruel te atira à paixão que te aprisiona,
ao olhar que recebe o mundo e o rechaça,
à palavra que é um castelo, e não pousada
nem varanda. Oh! Fechado ao mundo estás.
Qual silêncio te perdoa
si és voz e em mudo alento
transformaste tua existência?
4 comentários:
Não que esteja reclamando de suas traduções, mas não tive tempo de ler o livro todo, cheguei até a metade. Tempo talvez seja uma desculpa vil, talvez tenha dado prioridade a outros assuntos mais mundanos, mas, enfim...
Sugestão: Por que vc não põe os textos num arranjo bilíngüe?
Abraço.
Humm... esse poema me disse coisas, mas estava achando que era você que o tinha escrito... De qualquer forma, belo...
Oi Rodrigo,
estou visitando teu blog pra retribuir o recadinho que deixaste no meu!
Sinto muito, mas ainda nao tinha visto o comentario que me mandaste ate hoje...
Vou explorar as poesias e traducoes aos poucos!
Um abraco,
Ali
Olá, Rodrigo. De vez em quando passo por aqui!
Um forte abraço de saudade!
JL
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