sábado, 1 de dezembro de 2007

CAMINHANDO NA FAVELA


Na favela o esgoto escorre;
A luz me devolve outro mundo;
Tanta belezazinha que ninguém viu;
criançada linda
jovens jovens
velhos touvos
Tanta senhora sem hora chegante
chegadouras sacolas e sacolas
corpo achatado
descendo a ladeira
tanto conversê
gente que gente
menina levando barro
menino que vi trepado no meu quintal
me sorri
mais homi que eu
É beleza assimétrica
É gente gente amontonada
Vi perna deitada na cama
Cheiro de sexo

Pele escura escura
retinta da noite
d’arrabalde
minha favela
no cair da noite
se se desenfurna