sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Amor ou afeto?

Fico pensando em algumas questões cruciais da vida, como amizade e afeto, paixão e relacionamento amoroso. Não digo a palavra amor, pois é proibida.

A amizade, acredita-se, é um querer estar junto desinteressado. O afeto é uma necessidade de estar junto no qual já não se sente nada. O relacionamento amoroso, quando ainda não é afeto ou fora amizade, é interesse puro.

Paro o tempo para pensar em aspectos fundamentais da vida, a amizade, que é natural, inconquistável e dada de graça. O relacionamento, que é um jogo de interesses e desejos, e o afeto, que é morno morno, mas danado de profundo.

Reflexiono sobre ervas do pensamento, arbustos do coração, tratores que destroçam tudo, sóis vastos de luz intensa; o "amor é bobagem que a gente não explica". Sempre uma gozação para a vida pública e sentido primeiro da vida privada, alicerce de todos os ânimos. O amor é tornado que entorna o vinho da ilusão e o agro da desilusão.

Como o maior dos monges, queria não desejar. Nada arquitetar na mente, nada ver ruir. Forjar parte de si e vê-la desmanchar-se é deveras doloroso.

Amizade o que é? Se cultiva? Se conquista ou é só convivência?
Vejam vocês que para a vida pública o afeto é superior ao relacionamento amoroso breve, sendo este até estigmatizado. Parece, assim, que a organização pública tende a privilegiar alguns comportamentos que visam mais à preservação da espécie, o que é mais propício ao desenvolvimento da comunidade. Curioso, não é?

Sem embargo, quanto à amizade, afeto e amor, sigo patinando, sem nada saber.