Desce poderosa a ameaça
de impedir as sem-razões
e oprimir o desconcerto
imprescindível. Cala o sonho
e uma voz, que impaciente se adivinha,
distorce a prisão. Não é verdade
que renuncies para sempre a tua ansiada
primavera. Não é possível que os anos
sacrifiquem esse instante imperecível
que voa. Não é razão essa quimera.
Não consinta o tempo dar-lhe o cetro
nem a espada. Espanta sua cor
e seu ditado. Torna mudos os sons
da terra cobiçando as raízes.
Azeda a semente e a aprisiona
com gélida petrificação. Roça o fogo
e já o apaga. Vem ver-te
e cruel te atira à paixão que te aprisiona,
ao olhar que recebe o mundo e o rechaça,
à palavra que é um castelo, e não pousada
nem varanda. Oh! Fechado ao mundo estás.
Qual silêncio te perdoa
si és voz e em mudo alento
transformaste tua existência?
Comentários: franzrosa@hotmail.com Rodrigo Rosa Grupo de Leitura de poesia Que coordeno: www.voxalta.blogspot.com Projetos em andamento: . Finalizaçao de livro de poesia . Traduçao de: El alma oblicua, de Vicente Cervera Salinas (Espanha) . Peça de Teatro sobre patrimônio de Sto amaro
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Tarde sem tempo
Quem conta na tarde os minutos
parece com o perdido buscador
de essências no quarto já disposto
para o sonho. Parece um despedido coração
que não acha seu compasso nem seu refúgio,
de tanto andar esquivo e apressado,
em favor de sua tardança enamorada.
Quem conta já não acha,
pois corta os contornos dos suaves
cromatismos. Estreita com sua lei a realidade
do que abertamente passa e se recria
em sua razão esférica e integral.
E anula com sua torpe fé
a suave sucessão de eternidades
que anunciavam a fronteira onde quis
transitar.
parece com o perdido buscador
de essências no quarto já disposto
para o sonho. Parece um despedido coração
que não acha seu compasso nem seu refúgio,
de tanto andar esquivo e apressado,
em favor de sua tardança enamorada.
Quem conta já não acha,
pois corta os contornos dos suaves
cromatismos. Estreita com sua lei a realidade
do que abertamente passa e se recria
em sua razão esférica e integral.
E anula com sua torpe fé
a suave sucessão de eternidades
que anunciavam a fronteira onde quis
transitar.
À AUSÊNCIA DESESTIMA
Não sofras por sua ausência.
Quando o outro não quer responder,
Dá no mesmo que se encontre em um
Oceano lunar, ou que a teu lado,
Ensimesmado em seu mutismo, tenhas
O corpo onde habita. Se percute
Seu silêncio, e persevera na distância,
Dará igual que o submetas ao encanto
de teu leito compartilhado; respirarás
somente sua distância, por mais que
os sentidos simulem o contrário.
Deixa, pois, que as medidas sejam
da alma patrimônio, e sente assim
um descanso infinito, onde o amor
desnuda suas provas e soçobros
e aparece em superfícies ou relevos,
fiel a esse olhar que à ausência
desestima.
Quando o outro não quer responder,
Dá no mesmo que se encontre em um
Oceano lunar, ou que a teu lado,
Ensimesmado em seu mutismo, tenhas
O corpo onde habita. Se percute
Seu silêncio, e persevera na distância,
Dará igual que o submetas ao encanto
de teu leito compartilhado; respirarás
somente sua distância, por mais que
os sentidos simulem o contrário.
Deixa, pois, que as medidas sejam
da alma patrimônio, e sente assim
um descanso infinito, onde o amor
desnuda suas provas e soçobros
e aparece em superfícies ou relevos,
fiel a esse olhar que à ausência
desestima.
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