segunda-feira, 23 de julho de 2007

Êta vida besta!


A vida nos guarda algumas arbitrariedades. Exemplo, a disparidade entre o que pensamos que somos e o que são os nossos. Outrora eu era consoante à minha família, mas agora necessito reencontrar conciliação, pois minhas radicais convicções emudecem nossas conversas.

Estou pensando em uma confissão que ouvi duma amiga, destacada artista. Disse que não crê mais em viagens como possibilidade de desvendar o real, mas sim em experimentar várias camadas do real onde se está. Trata-se de uma reeducação dos sentidos, ou mesmo de uma mera experimentação destes.

Estou convencido de que seremos submetidos a pessoas e situações que nos desagradem na maior parte da vida. Incomodarm0-nos, enfastiarmo-nos, é comum. No entanto, se buscarmos uma inovadora maneira de experienciar ou experimentar esses contextos, quiçá ultrapassaremos aquela primeira camada já dada: desgostamos do ambiente porque não proporciona o que se esperava, nos cansam as figuras porque, reconhecendo suas primeiras conversas, prevemos onde chegará o papo (em lugar algum, dando voltas). Estas previsões e pré-conceitos são só uma generalização mesquinha que criou uma primeira camada de sentido sobre o complexo real. Sair de onde se está, mexer o corpo, observar por outro ângulo, ouvir por outras instâncias e então ousar, perturbar, cutucar, inovar, podem revelar novas camadas de deleitosa realidade.

Um comentário:

Vanessa disse...

olá!!bem vindo ao mundo dos blogueiros! sabe q seu texto transpareceu vc!
Mão sei se por pretenção minha, ou por achar que o conheço o suficiente, mas se vc não assinasse eu teria certeza de que vc o teria escrito...
Até...
bj